Coleta Seletiva no Goeldi contribui para o ambiente e o desenvolvimento

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Por Ivanildo Santos 19 de agosto de 2009

Em fevereiro de 2009, o Museu Paraense Emílio Goeldi (Mpeg/MCT) concluiu a instalação de contêineres para a coleta seletiva de lixo. Os equipamentos foram instalados no Campus de Pesquisa, no Parque Zoobotânico e na Estação Científica Ferreira Penna na Floresta Nacional de Caxiuanã, arquipélago do Marajó. O projeto de organização da coleta seletiva, no entanto, começou em setembro de 2007, e tem como objetivo a organização do lixo produzido pelo público circulante das três bases físicas do Museu, além de conscientizar os visitantes do Museu sobre a importância da coleta para a preservação do meio ambiente e ajudar as pessoas que tiram do lixo o seu sustento.marca_goeldi

“A instalação começou em Caxiuanã. Depois, foi a vez do Campus de Pesquisa e mais recentemente do Parque Zoobotânico”, explica Carmosina Calliari, prefeita do Campus de Pesquisa do Goeldi. Segundo a prefeita, as pessoas estão mais conscientizadas a respeito da separação do lixo. O volume, porém, aumentou e, com isso, a o trabalho. Em setembro de 2008, o Goeldi destinava cinco toneladas de lixo a associações e cooperativas. Hoje, o material coletado corresponde a 50% a mais do volume de 2008, com a diferença de que o lixo já está separado e a distribuição de acordo com o tipo de material fica mais fácil.

O lixo recolhido é destinado à Cooperativa de Trabalhadores Profissionais do Aurá (COOTPA), a Cooperativa de Catadores da Terra Firme (Concaves) e a Associação de Recicladores de Águas Lindas (ARAL), todos localizados na Grande Belém. Esse material representa fonte de renda para cooperativas e associação que vendem o que coletam para empresas de reciclagem.

Museu e comunidade

Por meio de seminários, distribuição de cartilhas, entre outros recursos, o Museu busca mostrar aos visitantes do Parque como a separação do lixo e a reciclagem ajudam na preservação do ambiente, evitam a proliferação de doenças e ajudam no desenvolvimento social de inúmeras famílias.

Há quatro meses, uma equipe da Associação de Catadores da Coleta Seletiva de Belém (ACCSB) passou a recolher o lixo separado no Parque Zoobotânico do Goeldi. Os materiais coletados são garrafas tipo PET e papéis. “Com o material que recolhemos aqui, chegamos a tirar R$ 500 no sábado, quando vendemos o lixo. Ainda é pouco porque nós dividimos esse valor com 12 pessoas e para quem tem família fica difícil”, comenta Ana Cristina de Souza, integrante da ACCSB.

No Museu, as integrantes do grupo chegam a recolher mais do que em dois dias de trabalho de coleta de porta em porta. O volume de material reenche até seis carrinhos onde as mulheres transportam o material. Durante as férias escolares o volume de lixo tende a aumentar quando a visitação ao Parque Zoobotânico do Goeldi também se intensifica. O grupo de mulheres também comenta o volume de lixo em dois períodos importantes para a realização da coleta em outros locais da cidade, o Círio e o Natal. “No Natal, as pessoas parecem ser mais solidárias e nos recebem melhor. No Círio há mais gente visitando a cidade e nas procissões elas consomem muita água, o que é bom porque assim temos mais lixo para recolher”, conta Joana D’Arc de Souza, também da Associação de Catadores da Coleta Seletiva de Belém.