Pesquisadores estudam efeitos do extrato do jambolão na perda de peso

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Por Ivanildo Santos 19 de abril de 2011

jambolao1Os pesquisadores do Laboratório de Fisiologia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) encontraram no conhecimento popular as pistas para estudar os efeitos da planta medicinal jambolão, conhecida também como azeitona roxa ou ameixa preta. 

Os efeitos do jambolão foram apresentados na dissertação de mestrado de Lucas França, sob a coordenação dos pesquisadores Antônio Carlos Romão Borges e Marcus Paes. Os testes realizados com ratos em laboratório mostraram que o extrato da planta é capaz de reduzir até 35% do peso de animais obesos. “A administração do extrato da planta por 60 dias ininterruptos promoveu redução tanto dos níveis de triglicerídeos plasmáticos nesses animais, como fez com que eles perdessem aproximadamente 35% do seu peso corporal, quando comparados a outros igualmente obesos, que não foram tratados com o mesmo extrato. O que nos tem, então, empolgado e nos impulsionado a irmos mais fundo nessa investigação para começar a avaliar e a testar os mecanismos pelos quais os compostos presentes nessa planta podem estar promovendo esses efeitos”, afirmou Marcus Paes.  

Vários estudos realizados no Brasil e em outros países têm mostrado os efeitos da planta no controle da hipertensão e do diabetes, mas pela primeira vez foi descrita a capacidade do jambolão de induzir a perda de peso. No entanto, o pesquisador Marcus Paes alerta que ainda é cedo para que seja indicado à população o uso da planta.Dizer que o efeito existe não é o bastante para que eu indique à população o uso da planta. Existem outros estágios da pesquisa científica que precisam ser cumpridos, precisamos passar por ensaios toxicológicos que avaliem até que ponto esse extrato possa ou não gerar efeitos colaterais importantes em pacientes. Esses estudos toxicológicos são feitos a priori em animais de laboratório. Uma vez feito nesses animais, eles passam a ser usados em estudos clínicos em humanos. Então, avaliamos se os efeitos que observamos nos animais se repetem nos humanos, se a ausência de efeitos colaterais que se apresentam nos animais são as mesmas nas pessoas e quais as melhores condições para esse extrato ser administrado”, analisou Paes.

As pesquisas com o jambolão iniciaram há quase três anos. Dos testes iniciais até se chegar a um medicamento liberado pelo Ministério da Saúde e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o processo demora, em média, 15 anos.

Esse projeto é realizado por uma equipe de seis pesquisadores, com auxílio de 12 alunos da iniciação científica, e recebeu financiamento da FAPEMA, por meio do Edital Universal.