Instituto Confúcio, Governo Estadual e universidades do Maranhão discutem possibilidade de Intercâmbio de estudantes maranhenses na China

Após uma palestra comemorativa pelos 50 anos de relações diplomáticas entre Brasil e China, promovida pela UEMA em parceria com a FAPEMA, a professora Ana Qiao, da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade Normal de Hebei, visitou a sede da fundação na última quinta-feira (16/05) e reuniu-se com representantes da UEMA, UFMA, IEMA, movimento estudantil e Secretaria de Estado de Educação (SEDUC). O encontro teve como objetivo discutir a viabilização de um programa de intercâmbio que permita aos estudantes maranhenses uma imersão completa na língua e cultura chinesas.

A professora Ana Qiao trabalha desde 2012 no Brasil como diretora do Confucius Classroom da UFF, programa vinculado ao Instituto Confúcio, instituição sem fins lucrativos ligada ao Ministério da Educação Chinês, e que promove cursos de mandarim e atividades culturais voltadas à caligrafia, culinária e manifestações culturais da china, para difundir a cultura do país asiático e facilitar tanto programas de intercâmbio como acordos de cooperação acadêmica: “gostaríamos de fazer a ponte entre a china e a maranhão. Essa comunicação que fizemos aqui foi muito importante, e nosso desejo é o de firmar um convênio de intercâmbio para professores e alunos” destacou Ana Qiao.

Essa conversa foi possível pois a professora realizou uma palestra na manhã da quinta-feira em um evento promovido pela UEMA com apoio da FAPEMA em alusão aos 50 anos de relações diplomáticas entre Brasil e China. A atividade foi concebida pelo Núcleo de Estudos Avançados em Filosofia, vinculado ao curso de filosofia da UEMA e coordenado pelo Professor Francisco Valdério, que também esteve na reunião na sede da FAPEMA para discutir o intercâmbio: “quanto mais a gente mergulha no universo da filosofia chinesa, mais nos deparamos com diferentes escolas e visões de mundo, o que torna a possibilidade de intercâmbio uma experiência enriquecedora. A china já possui parcerias estratégicas com o Brasil em muitas áreas, mas não no campo filosófico e cultural, e a FAPEMA rapidamente percebeu a potencialidade de um convênio nesse sentido.” destacou o professor.

Segundo o presidente da FAPEMA, Nordman Wall, a reunião é um resultado natural de um processo que começou ainda no ano passado: “em 2023 fui procurado pelo professor Valdério para que a FAPEMA apoiasse uma palestra virtual da professora Ana Qiao na UEMANET. Após o evento fizemos o convite para que ela nos visitasse ainda no primeiro semestre, e ela prontamente aceitou. Agora estamos aqui porque quanto mais aprendemos sobre a cultura chinesa, mais fica claro a potencialidade de uma parceria mais profunda entre nosso estado e o país asiático” destacou Nordman, que também falou sobre os próximos passos para que um programa estadual de intercâmbio seja viável: “precisamos expandir o ensino básico de mandarim porque a língua ainda é a principal barreira de entrada para a China. Nossas universidades já possuem programas de ensino de idiomas e o Governo do Estado já possui um curso de mandarim gratuito que atende 40 estudantes maranhenses. Nosso estado tem tudo o que precisa para tornar isso possível, e nós da FAPEMA vamos atuar como mediadores e facilitadores desse processo” explica

ítalo Vieira, estudante de Licenciatura em Educação Física da UFMA, esteve presente na reunião e está entusiasmado com a possibilidade de intercâmbio. Segundo ele, a imersão em uma outra cultura é uma experiência que pode mudar a vida do estudante: “quando a gente tira um aluno de dentro do seu cotidiano e coloca ele em outros ambientes onde ele pode vivenciar oportunidades únicas, a gente ensina pra ele na prática que a educação transforma. Para que a educação seja emancipatória, é preciso que o estudante possa ocupar todos os espaços” destaca o estudante