Investimentos em pesquisa geram aumento da produtividade
Brasília / DF – Depois de o presidente Luis Inácio Lula da Silva anunciar, ontem (26), mais recursos para o orçamento de ciência e tecnologia, chegou o momento de ser discutido o papel da inovação na agenda empresarial brasileira. Essa foi a tônica da segunda sessão plenária realizada, nesta quinta-feira (27), na Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, que acontece em Brasília até amanhã (28).
O setor produtivo participou das conferências e seminários preparatórios, para levantar gargalos e oportunidades com a implementação da inovação no ambiente das empresas. Apontado com uma das dificuldades, o financiamento de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) já encontra respostas concretas em ações de subvenção econômica, inclusive com programas de concessão de recursos não reembolsáveis, por meio da Finep, em parceria com as fundações de amparo local; no caso do Maranhão, pela Fapema.
Entre os bancos, foi mostrado o montante de recursos disponibilizados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que chegam à ordem de R$ 7 bilhões, ao Programa de Desenvolvimento Científico, Tecnológico e da Inovação. Somente para a parceria com a Finep, o banco estendeu a linha de crédito para R$ 700 milhões. “Em quatro anos, esperamos dobrar o número de empresas inovadoras no país”, afirmou o diretor de Planejamento do BNDES, João Carlos Ferraz.
Avanço da Produtividade
O crescimento da produtividade das principais empresas do mundo está ligado aos investimentos em ciência, tecnologia e inovação. O maior expoente da articulação entre PD&I e produção industrial, no Brasil, é a Petrobrás. A estatal brasileira possui o maior centro de pesquisa do hemisfério sul e está entre os cinco maiores produtores mundiais de pesquisa aplicada sobre energia.
Para conseguir esses números, a Petrobrás colocou, em seu quadro, cerca de 1600 profissionais dedicados à CT&I. “Os problemas são levantados e, a partir deles, são definidas as estratégias tecnológicas”, explicou o gerente-executivo do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento (Cenpes-Petrobrás), Carlos Tadeu da Costa Fraga.
Com os resultados das pesquisas, a petrolífera está conseguindo acessar e explorar fontes de energia nos ambientes mais hostis da costa brasileira e africana. “Competência tecnológica é a chave do sucesso empresarial. Investimos mais de U$$ 2.5 bilhões em pesquisas, trabalhando principalmente com parcerias nacionais e internacionais”, destacou Fraga, que cobrou maior formação de recursos humanos e uma postura mais empreendedora também dos pesquisadores.
Colocada na agenda central da empresa Siemens, a inovação é assinalada pelo presidente da empresa, Adilton Primo, como decisiva para projetá-la como líder de mercado em alguns segmentos. Ele defende o papel preponderante do setor privado, com apoio de mecanismos governamentais, na indução da inovação. “Deve haver um arranjo entre governo, academia e empresas, gerando inovações a partir das percepções de oportunidades no mercado. Inovação é imperativo de concorrência”, enfatizou Primo, ao conclamar outras empresas inovadoras a convencer as demais sobre a importância desse investimento.