Covid-19: Pesquisadores maranhenses criam ventilador auxiliar portátil

Por Claudio Moraes 29 de abril de 2020

Professores do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) desenvolveram um protótipo de ventilador que auxilia na respiração temporária.

O equipamento portátil, com peso aproximado de 6 quilos, foi idealizado pelos professores José Ribamar Ribeiro e Valdirson Pereira, em parceria com o professor do Senai Ighor Caetano.

Equipamento funciona com base em princípios mecânicos do sistema pneumático.

O ventilador auxiliar temporário foi projetado a partir do laboratório de Pneumática e Hidráulica da UEMA e montado em parceria com o setor privado nas áreas de hidráulica, pneumática, lubrificação centralizada e motoredutores.

Segundo os pesquisadores, o equipamento pode ser utilizado em pacientes da COVID-19 ou em outros estados clínicos de emergência, em que não haja ventiladores mecânicos convencionais disponíveis.


Equipamento de fácil fabricação e manuseio

Professor José Ribeiro coordena o projeto

O equipamento é de uso temporário, enquanto o doente aguarda um leito na unidade de terapia intensiva (UTI) e pode ser usado em ambulâncias e hospitais. “Ele só precisa de uma entrada de ar comprimido pra alimentação do sistema e de uma entrada de oxigênio”, explicou José Ribamar Ribeiro, coordenador do projeto. Na versão digital, o respirador necessita, ainda, de uma fonte de alimentação elétrica de 12 ou 220 Volts, dependendo do local de instalação.

 

O equipamento é de fácil manuseio, não necessita de materiais importados, é 30 vezes mais barato que os modelos convencionais disponíveis no mercado e funciona com base em princípios mecânicos do sistema pneumático. Com dimensões de 40x30x20 cm, o respirador auxiliar é de fácil construção e há condições de fabricação de 25 unidades por semana.

Valdirson Pereira: “Sistema simples”

“A ideia foi fazer um sistema simples, barato, de fácil construção, que pode ser feito em qualquer oficina, com um custo bastante reduzido”, declarou o professor Valdirson Pereira, que é mestre em Engenharia Mecânica, pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

 

O equipamento pode substituir a ventilação manual que, em certas ocasiões, é feita pelos profissionais de saúde. O dispositivo criado permite ao médico, enfermeiro ou fisioterapeuta ligar e desligar o reanimador automatizado em caso de emergência e permite realizar alguns ajustes como controle da pressão de alimentação do sistema, frequência, força e nível do bombeamento. Isso permite aumentar ou reduzir o nível de oxigênio ou da mistura bombeados para o paciente.

Ighor Ferreira: “atenção ao profissional de saúde”

“O objetivo é descansar o profissional da saúde e direcioná-lo para outras atividades”, pontuou Ighor Ferreira, instrutor do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).

“É um projeto robusto e confiável e seu protótipo já está em análise para que seu uso seja permanente/contínuo e possa seguir todas as recomendações médicas, de acordo com as limitações e indicações para cada paciente”, finalizou José Ribamar Ribeiro.

Redação: Cláudio Moraes com informações da UEMA

Fotos: reprodução Tv Difusora