Nasce filhote de peixe-boi no Inpa
O laboratório de Mamífero Aquáticos (LMA) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) recebeu o filhote da peixe-boi fêmea “Boo”, que entrou em trabalho de parto na terça-feira (5). O Inpa contabiliza, agora, 42 animais da espécie, sendo o sexto nascido no Instituto. Boo é o peixe-boi mais antigo do Inpa, estando no local desde 1974. O animal já passou por quatro gestações, porém em uma das ocasiões o filhote nasceu morto.
Segundo o veterinário do Inpa, Anselmo D’Affonseca, um peixe-boi vive em média 60 anos, mas, como os intervalos entre as gestações são longas entre si – quatro ou cinco anos –, o número de filhotes que o mamífero pode ter ao longo da vida é baixo.
De acordo com ele, o filhote, de sexo masculino, passa bem e já nada ao lado da mãe. Para o veterinário, a observação ajudará em procedimentos que possivelmente podem ser tomados caso o filhote demonstre algum comportamento estranho ou fora do padrão. “Estaremos anotando tudo o que ocorre, se o filhote vai mamar ou não, pois se isso não ocorrer o mesmo terá que ser retirado do tanque” diz D’Affonseca.
Reintrodução à natureza
O LMA do Inpa já realizou duas reintroduções de peixes-bois na natureza. Da primeira vez, em 2008, dois animais e da última vez, em 2009, mais dois animais.
Quando são reintroduzidos ao meio ambiente, os peixes-boi são monitorados por telemetria, por meio de um transmissor de rádio. Esse aparelho é colocado na calda do animal e emite sinais de rádio que são acompanhados diariamente por pesquisadores do projeto Peixe-boi da Amazônia. Dos quatro animais reintroduzidos no meio ambiente, dois morreram, o outro perdeu o aparelho e não foi mais localizado e o quarto foi trazido de volta ao Inpa, por não ter se readaptado.
Segundo D”Affonseca, o trabalho de reintrodução é muito difícil por que os animais estão mais adaptados ao cativeiro, pois a maioria dos que chegam aos tanques do Inpa ainda são filhotes. “Toda a reintrodução é complicada e envolve risco com o peixe-boi não é diferente. Por meio das tentativas é que vamos aperfeiçoando a metodologia para novas reintroduções”, contou.