Hospital Nina Rodrigues conversa com alunos sobre luta antimanicomial e prevenção da depressão

Por Leidyane Ramos 20 de maio de 2019

A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio do Hospital Nina Rodrigues, participou de debate alusivo sobre o Dia Nacional da Luta Antimanicomial e apresentou jogos e recursos psicoeducativos, na última sexta-feira (17), no auditório do Instituto Federal do Maranhão (IFMA), em São Luís.

Participaram da roda de conversa professores e estudantes do ensino médio e da formação técnica continuada. O diretor-geral do Hospital Nina Rodrigues, Ruy Cruz, participou do debate sobre prevenção ao suicídio e a depressão. Na ocasião, foi exibido o documentário Tarja Branca, que aborda a temática voltada para valorização do espírito lúdico infantil na formação social, intelectual e afetiva.

“A gente percebe que a população hoje está muito vinculada aos aparelhos eletrônicos, e são pouco estimuladas a considerar a prática de atividades esportivas e estar em ambientes sociais convivendo com outras pessoas. Tudo isso coopera para o surgimento de doenças emocionais e psicológicas, além do uso abusivo de álcool e outras drogas. Assim, nossa intenção é valorizar a vida”, explicou Ruy Cruz.

Na ação, a equipe do Hospital Nina Rodrigues apresentou os jogos confeccionados por pacientes e terapeutas ocupacionais da unidade. São jogos de tabuleiro, infantis e de raciocínio, todos com o objetivo de estimular o processo mental, movimento dirigido, a interação, percepção, tomada de decisão e planejamento.

Para Camila Moreira Lima, coordenadora do serviço de Terapia Ocupacional do Complexo Nina Rodrigues, a proximidade do Dia Nacional da Luta Antimanicomial é uma oportunidade para enfatizar a importância da inclusão e o tratamento humanizado. “É muito válido trazer para as escolas um debate que objetiva a prevenção ao uso abusivo de drogas, automutilação e até mesmo a depressão. Iniciativas como esta desmistificam a imagem que se tem das pessoas que estão recebendo tratamento psiquiátrico. As doenças de ordem psicológica e emocional estão em todos os lugares, assim como a saúde também precisa estar”, disse.

Para a psicóloga e coordenadora da Comissão de Promoção à Saúde Mental e Prevenção ao Suicídio do Campus do IFMA no Monte Castelo, Ângela Ramos, a roda de conversa no ambiente escolar estimula o suporte psicológico e emocional.

“Serão três anos de caminhada aqui no Instituto. Queremos que desde agora eles tenham acesso a esses projetos e iniciativas como forma a envolvê-los sobre o que é a saúde mental e como eles podem estar identificando indícios de que algo não está como deveria”, ponderou.

A estudante Mylena Crystina, de 15 anos, considerou importante o debate no ambiente escolar. “Já tive colegas que se automutilavam. Elas achavam isso legal, mas eu não, tanto que procurei a psicóloga da antiga escola para ela poder ajudá-los. Um momento como este é a oportunidade que eu precisava para aprender a saber lidar com pessoas com depressão ou que estejam passando por algum problema no qual eu possa ajudar”, afirmou a jovem.

Caio Rocha, também de 15 anos, falou que a troca de informação fortalece o diálogo. “Ter este momento de diálogo com os estudantes é importante para ouvir o que nós temos a dizer e também aprender sobre os assuntos referentes à saúde mental. Aprendi também que não devemos julgar as pessoas, pois nunca sabemos o que elas realmente estão passando”, destacou.

Fonte: SES