Sergio Rezende participa da abertura do Fórum Mundial de Educação em Brasília

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Por Ivanildo Santos 24 de novembro de 2009

“Graças a um curso técnico consegui arrumar um emprego para ganhar mais de 10 salários mínimos como torneiro mecânico. A partir daí, fui o primeiro da família a ter geladeira, carro e uma casa própria. E, mais que isso, graças ao meu curso técnico hoje sou presidente da República”, com estas palavras o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, abriu ontem (23), o Fórum Mundial de Educação Profissional e Tecnológica, em Brasília.

O evento, que faz parte das comemorações dos 100 anos de criação das primeiras escolas federais de educação profissional e tecnológica no país, segue até sexta-feira (27), com mais de 200 atividades. A abertura do fórum foi acompanhada pelos ministros da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende; da Educação, Fernando Haddad, além de demais integrantes do Governo Federal, sociedade civil e entidades represforum_mundial_educacaoentativas da classe estudantil.

De acordo com o presidente, seu governo deverá inaugurar até o final do ano que vem 354 novas escolas técnicas e ofertarão mais de 500 mil vagas. Para Lula, mais importante do que o número de novas escolas criadas nos últimos sete anos – 96 até agora – é a mudança de paradigma que permitiu a melhoria da qualidade do ensino. “A participação de todos os estados brasileiros no fórum e de estudantes, professores e especialistas de 16 países mostra a importância do ensino profissional e técnico” disse.

Lula citou o político e ex-presidente, Nilo Procópio Peçanha, como o criador das primeiras escolas de aprendizes, em 1910. Ele falou ainda que pouco antes de morrer, Nilo chegou a falar que teria cometido um erro ao criar as primeiras 19 instituições. E, que ao invés de fundar esse número de escolas deveria ter criado mais de 200. “Fico feliz por nosso governo ter ampliado o número de instituições profissionalizantes. E, isso tudo, devemos também ao Congresso Nacional que modificou a lei que tirava do Estado a responsabilidade das escolas técnicas”, ressaltou. 

O presidente acrescentou ainda que atualmente nenhum jovem precisa sair de sua casa para frequentar um ensino profissionalizante. “Contruímos escolas por todo o país. Deus queira que meu sucessor continue a criar novas instituições de ensino técnico. E, mais que isso, supere sempre o número de escolas inaguradas”, enfatizou.

O comitê organizador do Fórum estima receber cerca de 15 mil participantes, que vão debater os seguintes temas relacionados à educação: trabalho, desenvolvimento sustentável, tecnologia e inovação; Culturas e integração, ética, inclusão e diversidade, e formação de trabalhadores da educação profissional.

Atividades

A cerimônia de abertura teve as apresentações do Grupo Tholl Trupe Circense e da Escola de Teatro Bolshoi. O evento acontece ao longo da semana no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. A programação cultural, gratuita, lista 202 atividades, que vão de oficina de culinária a sessões de cinema e aulas de dança afro. As inscrições podem ser feitas até a próxima quarta-feira, 25, de 9h às 17h, no Centro de Convenções.

Fórum

O Fórum Mundial de Educação (FME) é um movimento pela cidadania e pelo direito universal à educação. Em novembro de 2009, o FME terá pela primeira vez uma versão dedicada à educação profissional e tecnológica. Estudantes, professores, pesquisadores, trabalhadores, governos, sindicatos, associações e pessoas da sociedade civil organizada de todo o mundo integram o público do Fórum Mundial de Educação Profissional e Tecnológica (FMEPT).

O FME tem uma estrutura participativa. Como uma rede permanente de mobilização mundial, constituída de movimentos sociais e organizações da sociedade civil e em articulação com outros Fóruns de lutas, o FME está estruturado e organizado através de três órgãos principais: o Conselho Internacional (CI), a Secretaria Executiva e os Comitês Organizadores (CO).

O principal objetivo da iniciativa é levantar propostas que integrem a plataforma mundial de educação. Criada no Fórum Mundial de Educação de 2007, a plataforma dita princípios como a universalização do direito à educação pública, a garantia do acesso e a desmercantilização do ensino.